Criada na Argentina em julho de 2007, a rede social Sonico chamou atenção no Brasil quando o Ibope//Netratings divulgou os sites de relacionamento mais populares do país;. Acessada por 7,9% dos internautas residenciais em maio, essa página ficou logo atrás do Orkut (69,8%) e à frente de serviços bastante conhecidos, como MySpace (4,8%) e Facebook (1,6%). Hoje com 24 milhões de usuários -- dos quais 5,5 milhões se dizem brasileiros --, o site faz a estréia oficial no país, onde pretende abrir um escritório local nos próximos seis meses.
“O Brasil representa um mercado muito importante, que já responde por 22% da nossa base de usuários cadastrados. Nossa estratégia será oferecer por aqui uma rede social melhorada em comparação àquelas já existentes, com aplicativos e termos de serviço locais”, afirmou nesta terça-feira (30) o diretor-executivo do Sonico, Rodrigo Teijeiro, 29, durante apresentação do serviço à imprensa brasileira. No Brasil, a versão de testes do serviço é oferecida há oito meses.
A estratégia de localização também será aplicada em outros países onde o Sonico pretende crescer, levando em conta que sua meta é transformar-se na principal rede social da América Latina. O escritório da companhia na Argentina tem 80 funcionários.
Segurança
Em um discurso parecido com aquele adotado pelo MySpace quando desembarcou no Brasil, o executivo da Sonico afirmou que o serviço quer garantir a segurança e a privacidade de seus usuários. Falando em espanhol -- ele já começou aulas de português --, Teijeiro disse que o Sonico chega para “resolver os problemas das redes sociais”, excluindo a pornografia, os perfis falsos e os spams, além do caos visual e auditivo.
Usuário pode personalizar seu perfil, mas dentro do padrão da página
Para evitar essas ações consideradas problemáticas, a empresa conta com ferramentas automáticas e também com uma equipe para monitorar todo o conteúdo postado. No Sonico é proibido, por exemplo, criar perfis com nomes de pessoas famosas, personagens fictícios ou animais. “Entendemos que a moderação atrasa o uso do site, mas essa é uma estratégia de longo prazo para a criação de uma rede feita com pessoas reais. Não queremos que a página seja uma nova versão do ‘Second Life’, onde homens dizem ser mulheres e vice-versa”, disse Teijeiro.
Apesar da monitoração, não há como garantir que os usuários se cadastrem com seus nomes, sobrenomes e fotos verdadeiras. Mas o executivo acredita que a exigência desses itens reforce o que ele chama de mentalidade de grupo: “ao entrar em um ambiente onde todos se comportam de forma parecida, as pessoas tendem a se comportar de forma similar”, explicou. Levando isso para o ciberespaço, não teria motivos para criar um perfil de Paris Hilton numa rede onde todos mostram quem realmente são.
Isso, segundo o executivo, representa uma vantagem do Sonico em relação ao Orkut, que surgiu antes e teve de se adaptar para coibir a divulgação de pornografia infantil e outros tipos de crimes. “Já iniciamos com foco em uma cultura de que, quanto mais reais as informações, mais útil será a rede social. Já o Orkut surgiu quando valia tudo nos sites de relacionamento e agora tenta mudar sua estratégia”, disse Teijeiro.
Ferramentas
Por chegar ao mercado depois de outras redes sociais, o Sonico usa ferramentas que considera bem-sucedidas em outros sites. “Por se tratar de um fenômeno relativamente novo, os sites de relacionamento são experimentos. Nós também estamos experimentando e misturamos soluções que consideramos interessantes”, disse o diretor-executivo. “Escolhemos as ferramentas que funcionam, mas ninguém sabe ainda qual é a fórmula de sucesso das redes sociais.”
A página tem, por exemplo, o objetivo de levantar todas as instituições de ensino dos países onde atua, para permitir que antigos colegas de classe se reencontrem – foi com base nessa mesma idéia que surgiu o Facebook, em 2004. Como também já fazem outras redes sociais, o site tem mensageiro instantâneo, exibe conteúdo do YouTube, do Twitter, página de recados, galeria de fotos, sugestão de amigos e alertas de eventos. As possibilidades devem aumentar muito quando passar a oferecer aplicativos do sistema OpenSocial, ainda em outubro.
Todos os perfis do site são privados e só podem ser visualizados quando os internautas se tornam “amigos”. O Sonico também diz que suas buscas são mais inteligentes, pois o algoritmo dá prioridade às pessoas que acredita estar na mira dos internautas: amigos, amigos dos amigos, internautas da mesma cidade ou da mesma universidade, por exemplo.
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